25 anos do ConJur. Que alegria ter participado tão próximo da história desta revista eletrônica. Graduei-me em 1989. Há 33 anos, portanto, a minha carreira está ligada ao Consultor Jurídico e seus jornalistas — que antes editaram o Jornal do Advogado da OAB-SP e ainda produziam colunas e seções de assuntos jurídicos de publicações como as revistas Exame e Update (da Câmara Americana de Comércio) e do jornal Diário Popular, entre outras.
O site nasceu adulto, escorado no conhecimento técnico dessas experiências, mas não só — já que seus jornalistas também haviam sido repórteres do Globo, Folha, Veja, Playboy, entre outras.
Conheci Márcio Chaer em 1996 e estabelecemos uma relação de amizade. Ter representado o jornalista e o site em muitas causas foi desafiante, dado o destemor e a coragem de um “cliente” que não recua nem se deixa acuar, quando convicto da sua posição. Assim é o ConJur.
Nesses 25 anos acompanhei coberturas fantásticas dessa publicação. As operações anaconda e satiagraha foram relatadas com maestria por esse veículo. No julgamento da Ação Penal 470, conhecida como o julgamento do “mensalão”, o ConJur cobriu online todas as fases do julgamento. Suas reportagens explicavam com clareza as teses defendidas pela acusação e defesa.
Destrinchava os votos dos ministros, apontava eventual contradição da jurisprudência com determinado voto. E esse questionamento sempre foi feito dentro do bom debate, da boa causa, com a finalidade precípua de informar o leitor, apresentar todos os lados, todas as facetas de um julgamento importante da história do nosso país.
Da mesma maneira foi a cobertura das fases e dos processos da operação “lava jato”. O ConJur registrou os abusos, as violações ocorridas em alguns procedimentos, a mudança da jurisprudência dos tribunais, como a prisão em segunda instância e as prisões preventivas por longo período.
Nenhum outro veículo conhece as entranhas, as características do Poder Judiciário como essa revista eletrônica. Ninguém retrata melhor o Supremo Tribunal Federal e seus integrantes como o ConJur. Explica os votos proferidos pelos ministros. Protege na melhor acepção da palavra esse poder quando atacado de maneira vil, desrespeitosa e atentatória.
O site tem várias virtudes, a que mais admiro é o respeito pelo outro lado, pelo direito de defesa. Quantas vezes foi esse o primeiro veículo a registrar a defesa de um investigado ou denunciado. Isso não é pouco. A opinião pública é implacável, julga rápido. O julgamento pelas redes sociais é efetuado em segundos, minutos. O ConJur é cuidadoso, aguarda, apura, espera as versões, não sai julgando ou publicando editoriais precipitados.
Fiquei honrado com o convite para escrever sobre os 25 anos do ConJur e feliz por poder relembrar momentos tão importantes do nosso Brasil que tiveram cobertura excepcional desse veículo.
Parabéns a toda a equipe pela excelência do trabalho e pelo respeito ao bom debate, às instituições e aos operadores do Direito.