http://cf3.uol.com.br:8000/consultor/index.cfm
Este era o endereço do Consultor Jurídico, cujo lançamento anunciei, em agosto de 1997, na 17ª edição do boletim do Jus Navigandi.
O Jus estreara na internet no ano anterior, em meio a um cenário de escassez de informações jurídicas na internet. Era uma época em que a versão digital do recém-lançado Informativo Jurídico do STF convivia com o rol de processos físicos procedentes da Seção de Costura (Scost) — onde eram alinhavados com agulha, linha e marreta para posterior distribuição aos gabinetes.
Sedex e fax eram necessários para ler um acórdão. Quando um colaborador enviou as cópias xerocadas de um processo rumoroso, tive que redigitar dezenas de folhas antes que o Jus publicasse seu primeiro “furo” jornalístico.
Quem buscasse notícias jurídicas na internet encontraria apenas a versão digital dos jornalões, além de sinopses e releases das assessorias de raros órgãos públicos.
O webjornalismo jurídico ainda era um oceano que ainda não fora esquadrinhado. Para tanto, seria necessário romper as amarras que prendiam as notícias ao paradigma do impresso.
O papel dispunha de pouco espaço para falar com pessoas heterogêneas. Os sites encontraram horizontes ilimitados, mas não conheciam seu próprio público nem sabiam qual linguagem usar.
Quando começou a costurar as velas, Márcio Chaer sabia das incertezas das águas. Percorrera toda a carreira de marujo a imediato, antes de assumir o timão.
Quando o conheci, falei das dificuldades para soletrar Jus Navigandi, ao que ele retrucou que muitos enviavam mensagens pensando que o Consultor Jurídico era uma pessoa física, disponível para responder consultas.
Após a partida, a direção se ajusta enquanto a publicação passa a conhecer o seu público e este compreende que o novo veículo poderia suprir até necessidades outrora desconhecidas.
O acesso à Justiça passa pelos caminhos percorridos pela sociedade ao longo das décadas. No trajeto de 25 anos, ConJur e Jus.com.br mapearam rotas complementares, agora reconhecidas pelas bússolas de todos os navegantes. Cada descoberta permite alcançar novas escalas que se somam ao roteiro original. A viagem há de continuar, sem ponto final.